Aos 19 anos, Francisco Danei, nascido em Ovada, no Piemonte, depois de escutar um sermão sobre a Paixão de Cristo, afervorado como os antigos cruzados, quis arrolar-se como voluntário no exército veneziano que se apressava para mover guerra contra os turcos a fim de libertar o Santo Sepulcro.
Bem depressa, porém, compreendeu que aquela cruzada tinha objetivos mais materiais e concretos; então escolheu a via da mortificação e das duras penitências para imitar a Cristo sofredor.
Passava longas horas em oração e meditação. Depois, o bispo de Alexandria do Egito concedeu-lhe vestir o hábito de penitente com os sinais da Paixão de Cristo: um coração encimado pela cruz e três cravos com o monograma de Cristo. Junto com o irmão foi viver como eremita no monte Argentário. Nos domingos ambos desciam e se dirigiam aos lugares vizinhos para pregar sobre a Paixão de Jesus.
Para tornar mais eficazes suas palavras, não hesitavam em flagelar-se em público, induzindo também os corações mais endurecidos à reflexão e com frequência à conversão.
Suas missões eram assinaladas por uma cruz de madeira erigida no lugar onde os dois irmãos tinham pregado, habitualmente em uma praça desse local.
Depois de o papa Bento XIII haver ordenado sacerdotes os dois irmãos na basílica de São Pedro, concedeu-lhes permissão para constituir sua congregação. Esta tinha um nome bastante extenso: Congregação dos Clérigos Descalços da Santa Cruz e da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, logo simplificado pelo povo com o nome de passionistas, como ainda hoje são chamados.
A rígida regra primitiva teve de ser mitigada para obter a definitiva aprovação pontifícia. O primeiro capítulo geral reuniu-se em 1747. A nova congregação teve uma rápida difusão em todas as regiões da Itália. Paulo morreu no convento romano anexo à igreja dos santos João e Paulo, sobre o monte Célio; foi canonizado em 1867.