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Por que São José Operário é modelo para os trabalhadores?

Foto: Felipe Gazoli

Queridos irmãos, Salve São José!

Em nossa partilha de hoje, quero convidar cada um de vocês a mergulhar comigo nas memórias incríveis da nossa história para conhecer a grandeza e a profundidade do porquê recorrermos à intercessão de São José como Operário e modelo do trabalhador.

A nossa Santa e amada Igreja nunca em vão recorre a São José, e, aqui neste tema, tão profundo e tão rico, que não somente fala do trabalho e sua dignidade, mas abrange e atinge toda família e sociedade cristã, não foi diferente.

Desde os fins do século XVIII, com o advento da indústria, e final do século XIX, com suas terríveis e excessivas jornadas de trabalho, houve vários movimentos de reivindicação de todos os trabalhadores em todo mundo por melhores condições de trabalho, salários e jornadas diárias. Todas essas ações e suas conquistas levaram os trabalhadores de todos os países a esse “Dia de Maio”, feriado no calendário civil dedicado a todos os trabalhadores do mundo. Aqui no Brasil, é celebrado no dia 1º de maio.

Em paralelo ao movimento industrial, alastrava-se ainda, em todo mundo, o Movimento Comunista e suas ideias ateias e de classe, vendo nessas realidades dos trabalhadores a oportunidade de lançar sua ideologia.

 

São José, patrono e defensor da Igreja

A princípio, essa conquista dos trabalhadores não tinha conotação política nem religiosa, mas, infelizmente, os comunistas aproveitaram-se da data e a “rebatizaram” como “Dia dos Trabalhadores Comunistas”. Com isso, eles pretendiam enfatizar mais as ideias de Karl Marx e influenciar as massas. Diante de todas essas realidades e tantas outras que, junto com o progresso, aproximavam-se para ir contra os alicerces da sociedade, da família e da religião, alertava-nos o Papa Pio IX, em 1846, o mesmo que, em 1870, convoca São José para se levantar em defesa da Igreja de Cristo, proclamando-o seu Patrono Universal, e como fizera também os que viriam a sucedê-lo:

“A nefasta doutrina do Comunismo, mais avessa à própria lei natural, uma vez admitido, os direitos de tudo, das coisas, das propriedades e até da própria sociedade humana seriam destruídos por baixo. A isso aspiram as armadilhas sombrias daqueles que, vestidos de cordeiros, mas com espírito de lobo, insinuam-se com falsas aparências de piedade mais pura e virtude e disciplina mais severas: eles surpreendem suavemente, agarram suavemente, matam ocultamente; eles desviam os homens da observância de todas as religiões e destroem o rebanho do Senhor”. (Encíclica Qui Pluribus)

 

São José, o “terror dos demônios”

Seguindo o coração do Evangelho, como fizera Deus Pai na plenitude do tempo recorrendo a Maria e também a São José, O Papa Pio XI, em 1937, recorreu ao seu Patrono, a fim de que o pai terreno de Jesus livrasse a Igreja dos muitos erros do comunismo. Assim escreveu: “Pomos a grande ação da Igreja Católica contra o comunismo ateu mundial sob a égide do poderoso Protetor da Igreja, São José” (Divini Redemptoris, n. 81).

Em resposta às palavras do Santo Padre, os católicos começaram a pedir fervorosamente a intercessão de São José, especificamente sob o título de “Terror dos Demônios”, para que ele combatesse as ideias ateias do comunismo. Além disso, também suplicavam sua ajuda na causa dos direitos dos trabalhadores, pois ambos os assuntos eram temas de grande preocupação para a Igreja na primeira metade do século XX. Nesse cenário, qualquer um sentia, naquela época, a ameaça de um comunismo mundial, incluindo o Papa. Em razão disso, o Venerável Pio XII, voltou-se para São José mais uma vez, como recorreram os outros nas maiores tribulações da barca de Pedro, e denunciou as falsidades do comunismo, elevando a dignidade do trabalho de um jeito bem específico, e trazendo o pai nutrício de Jesus como modelo.

 

Festa de São José Operário: modelo de trabalhador

Então, no dia 1º de maio de 1955, o Papa Pio XII declarou que, dali para frente, a data seria a festa litúrgica de São José Operário. Ele contou a novidade aos operários com estas palavras:

“Amados filhos e filhas, presentes nesta praça sagrada, e vós, trabalhadores de todo o mundo, que abraçamos com ternura e afeição paternal, semelhante àquela com que Jesus trouxe a si as multidões famintas da verdade e da justiça. Tenha a certeza de que em cada ocorrência você terá ao seu lado um guia, um defensor, um pai. Diga-nos abertamente sob este céu livre de Roma: Você será capaz de reconhecer, entre as tantas vozes discordantes e enfeitiçantes que se dirigem a você de vários lados, algumas para minar suas almas, outras para humilhá-los como homens, ou para roubá-los os seus legítimos direitos de trabalhador, saberá reconhecer quem é e será sempre o seu guia seguro, quem é o seu fiel defensor, quem é o seu Pai sincero?

Sim, queridos trabalhadores, o Papa e a Igreja não podem escapar à missão divina de guiar, proteger, amar acima de tudo os que sofrem, os mais queridos, os mais necessitados de defesa e ajuda, sejam eles trabalhadores ou outros filhos do povo.

Estamos felizes por anunciar-vos nossa decisão de instituir a festa litúrgica de São José Operário para o dia 1º de maio. Estais satisfeitos com este nosso presente, operários?

Estamos certos de que estais, porque o humilde operário de Nazaré não somente personifica diante de Deus e da Igreja a dignidade de um homem que trabalha com suas mãos, mas é também o guardião providente de vós e vossas famílias”. (Alocução a ACTI, 1.º de maio de 1955).

 

Ele, São José, é modelo de tudo!

Lendo até aqui, certamente você entendeu com toda clareza e totalidade a grandeza de termos uma festa litúrgica dedicada a São José Operário.

Ele é o grande defensor dos verdadeiros valores que sustentam a vida, é o defensor da Verdade, das Famílias, dos Trabalhadores e da Igreja. Ele, São José, é modelo de tudo.

Não esqueçamos que foi a ele confiada a mais sublime das famílias. Foi a ele confiado os tesouros divinos, a mais sublime riqueza do mundo: Jesus e Maria. Com sua disposição e diligência, José não deixou faltar nada a sua família, nem mesmo um lugar para seu filho nascer, limpando com suas próprias mãos, o “primeiro quarto do seu Filho”, o primeiro tabernáculo construído por mãos humanas. Homem justo e honrado, serviu a sua família e a sociedade do seu tempo com a dignidade do seu trabalho, da sua disposição em fazer o que era correto e honesto para o sustento e a proteção dos que eram “sua propriedade”. Não temos dúvida de que falando do Pai do Céu, Jesus lembrava de São José quando afirmou “Meu Pai trabalha sempre e eu também trabalho” (Jo 5,17).

 

O artesão de Nazaré

Foi com José que Jesus aprendeu a trabalhar, a ser um homem completo, dotado de presteza e valor. Foi olhando para seu Pai que Jesus aprendeu a dignidade do trabalho, não importa o tamanho dele, e a ser grato pelo alimento de cada dia que chegava em sua mesa. O artesão de Nazaré, na mais simples e desqualificada das profissões da sua época, alimentou com o pão de cada dia, o Pão Vivo que desceu do céu. (Jo 6,51)

 

Ora et labora

O trabalho é expressão do Amor, ele santifica a nossa vida cotidiana. (São João Paulo II – R. Custos 22). E ainda: Ore e trabalhe (São Bento). Ore ao ritmo da vida (Dom Bosco). Santifique o seu trabalho com a oração (São José Maria Escrivá) … Assim nos ensina a Igreja e seus santos em todos os tempos da história.

Por fim, um mau trabalhador é um mau cristão. Um operário displicente é um mau cristão. É principalmente com o trabalho bem feito, exemplar, que brilhará a luz do nosso testemunho cristão diante dos colegas, e Deus será glorificado. É do bom trabalhador, do bom cristão, dos bons pais, das boas famílias que São José é modelo, guia e protetor.

Digamos juntos: São José Operário, Rogai por nós!

 

Fonte: Formação Canção Nova

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