“Estive enfermo e me visitaste […] Todas às vezes que fizestes isso ao menor dos meus irmãos, foi a mim que o fizestes”. (Mt 25, 36.40)
Solidariedade, comunidade, político-institucional. Esses são os 3 pilares em que se baseia a atuação da Pastoral da Saúde da Diocese de Osasco. Seus integrantes estão comprometidos em acolher, promover, cuidar, educar e defender a vida humana.
Como surgiu a Pastoral da Saúde?
Tudo começou em 1922, quando três religiosos Camilianos – provindos de Roma, na Itália – se estabeleceram em São Paulo. Com eles, veio o carisma de São Camilo de Lellis (1550 – 1614) de trabalhar na assistência aos doentes. Esse foi o grande marco para a missão camiliana que, finalmente, conquistou seu espaço e em menos de 10 anos, nomeou os capelães dos principais hospitais da Arquidiocese de São Paulo.
O carisma camiliano brota do próprio Evangelho de Jesus. Camilo motivava seus companheiros a cuidarem dos doentes vendo neles a pessoa do Cristo, servindo-os tal como o bom samaritano que, ao ver o homem caído no caminho, não hesita em socorrê-lo, cuidar de suas chagas e empregar seu tempo e seus bens em prol de sua recuperação.
Diante dos contextos de sofrimento, negligência e miséria presentes nos hospitais e vivenciados pelos enfermos no período de Camilo, o santo sentiu-se inspirado pelo Espírito a doar-se no cuidado incondicional dos doentes. O modo como Camilo e seu grupo serviria a Deus seria assim: entre os leitos dos hospitais, diante dos gritos de agonia e dor, curando as feridas daqueles mais pobres e que tinham a saúde mais fragilizada.
Em 9 de maio de 1986, a Pastoral da Saúde foi instituída oficialmente como uma das Pastorais Sociais da CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, sendo organismo de ação social e sociedade cívico-religiosa, organizada por tempo indeterminado e com sede itinerante (acompanha o coordenador nacional), sem fins lucrativos, legalmente constituída por Estatuto e Regimento Interno próprios.
A Pastoral da Saúde, então, foi compreendida em Aparecida (2007) como sendo, ‘‘a resposta às grandes interrogações da vida, como sofrimento e a morte, à luz da morte e ressurreição do Senhor’’.
Onde atua a Pastoral da Saúde?
A Pastoral da Saúde atua em domicílios, hospitais, asilos, creches, escolas, associações de bairro, sindicatos, conselhos de saúde, ou seja, em todo lugar que se importa com a saúde.
Segundo a Pastoral da Saúde da Diocese de Osasco, seus integrantes atuam junto aos doentes e sofredores nas instituições de saúde, nas famílias e nas comunidades. Ainda, promovem, previnem e educam para a saúde, para o saneamento básico e higiene, por meio de debates, palestras e encontros educativos. Também, atuam junto aos órgãos e instituições públicas e privadas, participando das instâncias colegiadas do Controle Social na Saúde Pública.
Em setembro de 2019, a Pastoral da Saúde Nacional realizou o 1o Encontro Nacional dos Agentes que atuam nos conselhos de saúde. A proposta foi de ampliar a integração com os Conselheiros de Saúde, Titulares e Suplentes que atuam nos Conselhos de Direito como representantes da Pastoral da Saúde, conforme propõe a Campanha da Fraternidade 2019 – “Fraternidade e Políticas Públicas”, bem como, de proporcionar subsídios para um bom encaminhamento dos trabalhos.
A iniciativa, realizada na Sede Provincial São Camilo de São Paulo, teve por objetivo formar, integrar e partilhar conhecimentos sobre os Conselhos de Saúde no fortalecimento para o Controle Social do SUS em suas três esferas.
Comunidade Santa Luzia: o testemunho do Evangelho no mundo da saúde
“Nós levamos conforto aos enfermos, por meio de Jesus Cristo na Eucaristia, atendendo 20 famílias atualmente. Nos doamos para ouvi-los e levar um pouco de paz”, informou a Coordenadora da Pastoral da Saúde, senhora Benedita Maria de Lima Cabral, que atua há 25 anos na Comunidade Santa Luzia, pertencente à Paróquia São Paulo da Cruz, em Osasco.
Benedita coord. Pastoral da Saúde da Santa Luzia. Arquivo pessoal.
Benedita Maria de Lima Cabral, coordenadora da Pastoral da Saúde da Comunidade Santa Luzia, de Osasco.
“A Pastoral da Saúde, para mim, é uma grande escola. São vários testemunhos de fé porque encontramos muitas situações difíceis nas quais toda a família sofre e não somente o enfermo. Cada dia nesse meu caminhar, eu só aprendi. Às vezes, a gente pensa que vai confortar a família e nós que saímos confortados tamanha é a fé das pessoas. Essa é a nossa Igreja, a nossa comunidade, que sofre, mas que não desiste. Uma comunidade que aguarda a nossa chegada para uma troca valiosa. Só tenho a agradecer a Deus por ser Ministra dos Enfermos e poder levar Jesus ao meu irmão que não pode ir até a Igreja. Sou muito grata por tudo isso”, informou a Coordenadora Benedita.
Ela continua: “é muito difícil chegar na casa das pessoas e encontrar situações nas quais você só pode pegar na mão do enfermo e rezar, além de ouvir o que ele tem para falar. Nesse momento temos que ser fortes, mas quando eu chego em casa, é ali que eu choro por me sentir impotente diante da situação. Em casa, eu me abandono em Jesus para que me dê forças para continuar nessa caminhada e poder levar a Sua Palavra e o Seu conforto. No fim das contas, é isso que importa e só tenho a agradecer. A Pastoral da Saúde é amor, humildade e caridade”.
O atendimento da Pastoral da Saúde, segundo a Coordenadora da Santa Luzia, se dá de várias formas. “Nós somos em 12 Ministros e mais 8 Agentes de Saúde que nos acompanham. Levamos a Eucaristia, conversamos, levamos o Padre para dar a Unção dos Enfermos e, na medida do possível, visitamos as famílias fora dos dias da comunhão também para levar a Palavra de Jesus Cristo”, finalizou a senhora Benedita.
Fontes: Pastoral da Saúde CNBB e Instituto Camiliano de Pastoral da Saúde.