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Papa: o estudo da liturgia deve levar a maior unidade eclesial

No encontro com os membros do Pontifício Instituto Litúrgico Santo Anselmo de Roma, que se dedica ao estudo da liturgia o Papa recordou as três dimensões fundamentais para renovar a vida litúrgica. “Devemos continuar a tarefa de formar à liturgia para sermos formados pela liturgia”.

Na manhã deste sábado (07) o Papa Francisco recebeu os  membros do Pontifício Instituto Litúrgico Santo Anselmo por ocasião do 60° aniversário de sua fundação, um Instituto que se dedica ao estudo da Liturgia. Uma necessidade, disse o Papa, que encontrou uma motivação iluminadora no Concílio Vaticano II com a constituição litúrgica Sacrosanctum Concilium.

“Deste impulso conciliar – disse o Papa – destacaram-se três dimensões para renovar a vida litúrgica. A primeira é a participação ativa e fecunda na liturgia; a segunda é a comunhão eclesial animada pela celebração da Eucaristia e dos Sacramentos da Igreja; a terceira é o impulso à missão evangelizadora a partir da vida litúrgica que envolve todos os batizados”. E afirmou que o Pontifício Instituto Litúrgico está ao serviço desta tríplice necessidade.

Papa Francisco na celebração de Ramos (Vatican Media)

Participação ativa na vida litúrgica

No que se refere à formação a viver e promover a participação ativa na vida litúrgica Francisco disse: “A chave aqui é educar as pessoas para entrarem no espírito da liturgia. E para saber como fazer isso, é necessário estar impregnado desse espírito”. No seu Instituto, disse ainda, “isto é o que deveria acontecer: estar impregnado do espírito da liturgia, sentir seu mistério, com uma maravilha sempre nova”.

“A liturgia não é propriedade, não, não é uma profissão: a liturgia é celebrada. E só se participa ativamente na medida em que se entra em seu espírito. Não é uma questão de ritos, é o mistério de Cristo, que de uma vez por todas revelou e cumpriu o sagrado, o sacrifício e o sacerdócio. O culto em espírito e verdade”

“Sobre este ponto, gostaria de sublinhar o perigo, a tentação do formalismo litúrgico: ir atrás das formas, das formalidades e não da realidade, como vemos hoje naqueles movimentos que tentam retroceder e negar o próprio Concílio Vaticano. Neste caso, a celebração é recitação, é algo sem vida, sem alegria”.

 

Comunhão eclesial

Referindo-se ao segundo aspecto Francisco afirmou que a dedicação ao estudo litúrgico aumenta a comunhão eclesial, ponderando:

“Dar glória a Deus na liturgia se reflete no amor ao próximo, no compromisso de viver como irmãos e irmãs em situações cotidianas, na comunidade em que me encontro, com seus méritos e limitações. Este é o caminho para a verdadeira santificação. Portanto, a formação do Povo de Deus é uma tarefa fundamental para se viver uma vida litúrgica plenamente eclesial”

 

Missão evangelizadora

Quanto ao terceiro aspecto, que afirma que cada celebração litúrgica se conclui sempre com a missão o Papa recordou aos presentes:

“O que vivemos e celebramos nos leva a sair ao encontro dos outros, ao encontro do mundo ao nosso redor, ao encontro das alegrias e necessidades de tantos que talvez vivam sem conhecer o dom de Deus. A vida litúrgica genuína, especialmente a Eucaristia, sempre nos impele à caridade, que é, antes de tudo, abertura e atenção ao outro”

Em seguida, depois das três dimensões fundamentais dirigindo-se aos presentes disse:

“Sublinho mais uma vez que a vida litúrgica, e o estudo da mesma, deve levar a uma maior unidade eclesial. Não é possível adorar a Deus e, ao mesmo tempo, fazer da liturgia um campo de batalha para questões que não são essenciais”

Recomendando por fim: “Os desafios do nosso mundo e do momento atual são muito fortes. A Igreja precisa hoje como sempre viver da liturgia. Os Padres Conciliares fizeram um grande trabalho para garantir que assim fosse. Devemos continuar esta tarefa de formar à liturgia para sermos formados pela liturgia. A Santíssima Virgem Maria, juntamente com os Apóstolos, rezavam, partiam o Pão e viviam a caridade com todos. Pela sua intercessão, a liturgia da Igreja torne presente hoje e sempre este modelo de vida cristã”.

 

Fonte: Vatican News

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