No mundo em que estamos vivendo, assolado por tanta dor por parte daqueles que estão sofrendo profundamente com a pandemia e todas suas consequências, vemos em Nossa Senhora um sinal de esperança e de consolação:
“Entretanto, a Mãe de Jesus, assim como, glorificada já em corpo e alma, é imagem e início da Igreja que se há de consumar no século futuro, assim também, na terra, brilha como sinal de esperança segura e de consolação, para o Povo de Deus ainda peregrinante, até que chegue o dia do Senhor” (LG 68).
O Homem, afastado de Deus pelo pecado, precisava ser resgatado da morte. “Deus enviou Seu Filho, “nascido de uma mulher” (Gal 4,4), e não uma mulher qualquer, mas aquela que Ele preservou do pecado e preparou para ser um verdadeiro sinal para a humanidade. “O próprio Senhor vos dará um sinal: uma virgem conceberá e dará à luz um filho e dar-lhe-á o nome de Emanuel.” (Is. 7,14).
Maria passou por todas as provações que nós, seus filhos passamos, e sempre colocou Deus acima de todas as coisas, aceitando conceber e dar à luz o Filho que o Anjo lhe anunciava mesmo correndo o risco de ser apedrejada. “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,38).
Logo após o nascimento de seu Filho recebe a profecia de que Ele seria causa de queda e de soerguimento para muitos e que uma espada lhe transpassaria a alma (Lc 2,35), que se cumpriria no Calvário. Viu seu Filho fazendo o bem a todos e ser rejeitado, perseguido, traído, massacrado e morto, mas esteve de pé até sua morte diante da cruz (Jo 19,28-37), sem agredir ninguém, sem se revoltar com Deus, aquela que tinha ouvido que seu Filho herdaria o trono de Davi e que o recebia morto em seus braços. Porque então, nós, que somos seus filhos, não seguimos seus passos, seu exemplo? Porque a humanidade caminha de forma tão desumana e mundana, tão esvaziada da presença e da ação de Deus? Qual seria o remédio para essa doença que desfigura os filhos de Deus neste mundo?
“Refleti muito sobre os remédios para vencer a indiferença universal, que se apodera de tantos homens, e encontrei somente um: a Eucaristia, o amor a Jesus eucarístico. A perda da fé provém da perda do amor”. Com estas palavras, em meados do século XIX, o sacerdote francês, Pedro Julião Eymard, expressa como compreendeu as íntimas relações entre o Santíssimo Sacramento e a Virgem Maria, chamando-a de Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento. No século XX, Deus confirma essa inspiração pelas aparições de Nossa Senhora às crianças em Fátima, onde ela lhes pede que rezem pela paz do mundo e pela conversão dos pecadores. O Anjo da Eucaristia que falou com os pastorinhos da primeira até a terceira aparição os ensinou a rezar e a contemplar o mistério de Deus: “Santíssima Trindade, Pai, Filho, Espírito Santo, ofereço-Vos o Preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus Cristo, presente em todos os sacrários da Terra, em reparação dos ultrajes, sacrilégios e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido. E pelos méritos infinitos de seu Santíssimo Coração de Jesus e do Coração Imaculado de Maria, peço-Vos a conversão dos pobres pecadores.”
A humanidade necessita voltar-se de todo coração a Deus, retornar à oração, à penitência, a adorar Jesus presente no Santíssimo Sacramento. Precisa aprender a seguir os passos de Nossa Senhora, ou seja, buscar uma vida de Comunhão com Deus e com o próximo e, somente assim, voltaremos a andar sob a graça do Senhor.
Que neste mês de Maio elevemos louvores a Maria mulher Eucarística, entreguemos o mundo a esta Mulher que, mediante a fé, se entrega a Deus sem reservas, apenas confiando Nele. Mãe de toda a humanidade e modelo de todo cristão, que encontra na Eucaristia a consolação, o conforto e a alegria de pertencer a um Deus único e verdadeiro.
Maria, nosso modelo, com seu sim traz a Salvação para o mundo. Seguindo seus passos, assumindo ser Igreja, vivendo nosso Batismo, queremos viver nossa Missão de fazer Jesus nascer em cada ser humano, restaurar Seu Rosto de Filho Amado do Pai em cada irmão, que, muitas vezes, encontramos desfigurado.
Em nossa espiritualidade, com Maria, Mãe do Santíssimo Sacramento, queremos estar no calvário de cada irmão necessitado de cuidados. Vemos em cada irmão sofrido, Cristo desfigurado, flagelado, por tantas injustiças.
Acolher a todos, como São Francisco… Ela é Mãe não só da Igreja que reconhece e confessa Jesus como Senhor, mas Mãe da Humanidade criada por Deus e chamada à felicidade da salvação, da vida plena com Deus. Por isso confia a seus filhos a missão de rezar e se sacrificarem pela restauração de todos à dignidade a qual o Senhor nos chamou: sermos seus filhos de fato, pelo amor e pela vida na graça, de forma a fazer o Reino de Deus ser visível por todos.
É a Eucaristia que nos faz retornar à nossa essência de filhos de Deus, buscando a paz, lutando para estabelecer o Reino de Deus neste mundo. Que Nossa Mãe Santíssima nos ensine a fazer, sempre, tudo o que Jesus nos disser.
Ir. Catarina dos Divinos Passos –Irmãs da Fraternidade Mãe do Santíssimo Sacramento