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Espiritualidade: Sacramento da Ordem

Foto: Pascom Diocesana

Irmãos e irmãos, a Paz!

Estamos a alguns meses percorrendo o caminho de meditação a respeito dos sete sacramentos de nossa Igreja Católica Apostólica Romana. Hoje nos deteremos sobre o sacramento da Ordem. Você sabe do que se trata? Porém, antes de nos aprofundarmos no tema, é importante ressaltarmos que todos os sete sacramentos da Igreja exigem de cada um de nós uma atitude de fé. Já que os sacramentos são um sinal visível de uma realidade que é mistério, ou melhor, os sacramentos são sinais sensíveis (palavras e ações), acessíveis à nossa humanidade atual. Realizam eficazmente a graça que significam em virtude da ação de Cristo e pelo poder do Espírito Santo. Sendo assim, os sacramentos “não só supõem a fé, mas também a alimentam, fortificam e exprimem como nos dirá o Papa Paulo VI, na Constituição Conciliar Sacrosanctum Concilium.

O sacramento da ordem diz respeito aos homens que por um chamado divino recebem de Deus as ordens do episcopado (Bispo), o presbiterado (sacerdote) e o diaconato (diácono), compartilhando desta maneira da mesma missão de Cristo. “Este sacramento torna a pessoa semelhante a Cristo por meio de uma graça especial do Espírito Santo, para servir de instrumento de Cristo em favor de sua igreja. Pela ordenação, a pessoa se habilita a agir como representante de Cristo” (CIC 1581). Assim, o sacerdote devidamente ordenado pelo Bispo, sucessor dos apóstolos, é instrumento e representante de Cristo.

Foto: Pascom Diocesana

É Cristo que escolhe e envia. Lembremos do chamado dos primeiros apóstolos, de quem é dito “chamou os que Ele quis” (Mc 3, 13-19). Podemos nos perguntar: Mas porque os sacerdotes ordenados são homens pecadores como nós?  Lembremos o que São Paulo nos diz na sua Carta aos Hebreus justamente falando da realidade do Sacerdócio de Cristo: “Por isso mesmo foi necessário que ele se tornasse igual aos seus irmãos em todas as coisas. Dessa forma ele se tornaria um sumo sacerdote misericordioso e fiel no serviço de Deus e poderia oferecer sacrifício pelos pecados do povo” (Hb 2, 17). É bom e salutar que os ministros ordenados sejam escolhidos do meio do povo para servir o povo: “O Padre, homem escolhido entre homens e constituído em favor de todos”. Ainda neste sentido pode nos iluminar este comentário do Seráfico São Francisco de Assis: “Pois embora sejam pecadores […] só eles ministram aos outros o Corpo do Senhor”. Ou seja, defende que a dignidade do sacerdote depende de sua ordenação e ministério. Deste modo, “o sacerdote é quem torna presente o corpo e o sangue de Cristo e o distribui aos fiéis e é visto em sua função eucarística.”

Assim, vemos uma estreita ligação entre os sacerdotes de hoje e o grupo dos apóstolos de Cristos: Pedro, Tiago, João, André, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, um segundo Tiago, Tadeu, Simão, o Zelote e finalmente Judas Iscariotes. Homens comuns, que não por seus méritos e perfeição se tornaram continuadores da Obra da Redenção e assim é até os nossos dias. Graças a Deus!

 

Ir. Ana Paula, FPSS (TOCA DE ASSIS)
Graduada em Filosofia e Bacharel em Teologia

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