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BISPOS

Dom Frei João Bosco Barbosa de Sousa, ofm

Bispo Diocesano de Osasco

Quando nasceu João Bosco, em 8 de dezembro de 1952, o casal Ondina e Cristiano Pereira de Sousa moravam na cidade de Ribeirão Branco, no interior do Estado de São Paulo. Mas, o menino veio a nascer em Guaratinguetá, no Vale do Paraíba, para onde mais tarde se mudaram, definitivamente os pais. Ali passou quase toda a sua infância, juntamente com três irmãs Célia, Stela e Cristina. Eram quatro, as filhas, na verdade, pois, além das três, havia também uma irmã de criação, a Balbina, que permanece com a família até hoje.

Ondina era professora e Cristiano trabalhava nos Correios como carteiro. Cristãos fervorosos, eram membros da Ordem Terceira de São Francisco e freqüentavam a Igreja de Nossa Senhora das Graças, dirigida pelos Franciscanos.

A vocação religiosa de João Bosco manifestou-se muito cedo, devido à proximidade dos frades do Convento das Graças e do Seminário Frei Galvão, que freqüentavam a casa de Cristiano e Ondina. Com 11 anos apenas, João Bosco já  preparava as malas para entrar no Seminário Franciscano de Santo Antônio, em Agudos, SP. Estava na 5ª série do primeiro grau.

Ali ficou até os 18 anos, quando, terminado o segundo grau, tornou-se noviço e passou um ano em Santa Catarina, na cidade de Rodeio. No dia 20 de janeiro de 1972 fez a sua primeira profissão religiosa, tornando-se frade franciscano.

Vieram os estudos de Filosofia e Teologia, feitos em Petrópolis, no Rio de Janeiro, no Instituto Filosófico e Teológico Franciscano. A Profissão perpétua aconteceu em Agudos, no dia de São Francisco, 4 de outubro de 1975, quando a Província Franciscana da Imaculada Conceição celebrava os 300 anos de existência.

Frei João Bosco recebeu a Ordem do Diaconato em 6 de novembro de 1976, e seu primeiro campo de trabalho Pastoral, ainda como diácono, foi no distrito de Andrade Pinto, no município de Vassouras, RJ, distante umas duas horas do Instituto de Petrópolis. A Ordenação Sacerdotal aconteceu em Guaratinguetá, sua terra natal, no dia 7 de janeiro, Festa dos Santos Reis, em 1978.

Nos primeiros vinte anos de padre, Frei João Bosco trabalhou entre São Paulo e Rio de Janeiro. Primeiro como vigário paroquial na Matriz de Santo Antônio, no bairro do Pari, na Capital Paulista. Depois, de 1983 a 1986, como pároco, em São Francisco de Assis, na Vila Clementino. Nesse mesmo período freqüentou o curso de Jornalismo na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

Vieram os oito anos de trabalho no Rio de Janeiro. Frei João Bosco dirigiu uma produtora de audiovisuais (slides) catequéticos e didáticos, chamada Sono-Viso.

Em 1995 voltou novamente a São Paulo, na mesma paróquia de São Francisco para um período de mais três anos como pároco. Neste mesmo ano, faleceu o Sr. Cristiano, pai de Frei João Bosco.

Um novo chamado para os meios de comunicação veio em 1996: Frei João Bosco é escolhido pela Província Franciscana para ser diretor de uma rede de Rádio e TV sediada em Pato Branco, no Paraná. Foram ali sete anos, presidindo a Fundação Cultural Celinauta e trabalhando também, de 2000 a 2004 como pároco na Matriz de São Pedro Apóstolo, naquela cidade.

De volta a São Paulo, para um terceiro período de pároco na mesma paróquia de São Francisco de Assis da Vila Clementino, Frei João Bosco recebeu ali a nomeação do Papa Bento XVI para se tornar o segundo bispo de União da Vitória.

Guaratinguetá, terra do primeiro santo brasileiro, Frei Galvão, viu assim chegar ao Episcopado o seu terceiro filho e União da Vitória, uma diocese jovem, de apenas 30 anos, acolheu com alegria o seu segundo bispo, para continuar o caminho aberto com heroísmo e tenacidade pelo seu antecessor, Dom Walter Michael Ebejer, OP, que lhe passou o báculo e o encargo de conduzir o rebanho de Cristo.

Foi eleito bispo diocesano de União de Vitória/PR em 03 de janeiro de 2007, e ordenado em 25 de março do mesmo ano por Dom Cláudio Cardeal Hummes. A posse canônica realizou-se no dia 30 de março de 2007.

Em 16 de abril 2014, Dom Frei João Bosco Barbosa de Souza, OFM, 61, foi eleito por SS. Papa Francisco, a assumir a Diocese de Osasco (SP) como bispo, a partir da renúncia de Dom Ercílio Turco, que atingiu limite de idade de 75 anos. A solenidade de posse foi realizada no dia 20 de julho, às 15h, no Ginásio José Corrêa, na cidade de Barueri (SP).

 

CRISTO NOSSA VITÓRIA

É costume muito antigo na Igreja os bispos terem um brasão e um lema, com elementos simbólicos, que resumem sua identidade e seus propósitos. O brasão de Dom Frei João Bosco foi desenhado pelo artista Frei Pedro Pinheiro.

O lema:
Cristo nossa Vitória” aponta para aquele que é o centro, a meta e o método de todo pastoreio. “Não tenho outra coisa a ensinar a não ser Cristo crucificado e ressuscitado”, lembra São Paulo, que pode ser loucura e escândalo, mas só nele a criatura humana encontra salvação (1Cor 1,23).

Nossa vitória”: O Senhor nos ensinou a viver em comunhão (Mt 18,20), ser um só coração (At 4,32), respeitando a diversidade. Ensinou a chamar Deus de “nosso”. O bispo é sinal de unidade numa diocese, é aquele que promove o diálogo fecundo, anima e zela pela comunhão, na riqueza das diferenças. A vitória nunca será patrimônio de uns, em prejuízo de outros. Será nossa, de todos, de Cristo.

Vitória”: lembra a cidade sede da diocese. Mas lembra, sobretudo, nosso ponto de chegada: a Ressurreição. Cristo é nossa vitória. Ele afirmou: “Sem mim, nada podeis fazer” (Jo 15,5). Ou seja: “Comigo, tereis certa a vitória”. A certeza da vitória final em Cristo não esconde o caminho árduo de cada dia. O Apóstolo Paulo enumera com realismo: “Tribulação, angústia, perseguição, fome e nudez, perigo, espada. De tudo isso, somos mais que vitoriosos, graças àquele que nos amou” (Rm 8,35.37)

 

O Brasão:

O desenho do brasão tem duas cores básicas: o azul, que lembra o céu e as coisas de Deus; e os diversos tons de marrom e bege, as cores franciscanas, que lembram a terra, a luta quotidiana, a cruz de cristo e a nossa.

Na área marrom emerge a cruz franciscana: o Tau, que se compõe com o formato da Cruz de São Damião. Diante do Crucifixo de São Damião, São Francisco ouviu Cristo que, de olhos abertos, lhe dizia: “Francisco, vai e restaura a minha igreja”.

Do chapéu prelatício, envolvido pelas três fileiras de borlas, próprias do episcopado, parte um triângulo, símbolo da Trindade. Deste triângulo emanam as duas partes em azul, com as letras “alfa” e “ômega” que significam Cristo, princípio e fim. Também em azul celeste está a pomba, o Espírito Santo, que o Pai envia como Vida do mundo.

À sombra do Espírito Santo está Maria, nossa Virgem Aparecida, como que incrustada na Trindade. Maria está representada dentro de um outro triângulo, formando uma igreja. A Igreja, como Maria, dá à luz o Cristo Bendito. Maria tem sob os pés a lua, lembrando a Imaculada, Padroeira da Província Franciscana. Também esta lua é um barco, aquele que serviu aos pescadores de Guaratinguetá para recolher a imagem de Maria que estava no fundo do rio. Dois rios aparecem no desenho: o Paraíba, que banha a terra natal de Dom João Bosco e o Iguaçu, às margens do qual fica a diocese de União da Vitória.

Junto à figura de Maria, encontra-se um rolinho de papel, que lembra a oração escrita por Frei Galvão, como remédio para os enfermos. O primeiro santo brasileiro, homem da paz e da caridade, nasceu também em Guaratinguetá, e tem parentesco com a família de Dom João Bosco.