Neste último mês de abril, as nove Regiões Pastorais da Diocese de Osasco escolheram, entre os padres aqueles que deverão coordenar a Ação Evangelizadora. O novo Colégio de Coordenadores se reuniu no dia 3 de maio passado, e deverá ter como primeira tarefa acolher o 9º Plano de Ação Evangelizadora, que foi aprovado em Assembleia diocesana e assinado, oficialmente, dia 7 de maio, pelo Bispo diocesano, diante dos mais de 15 mil romeiros de Osasco presentes na 18ª Romaria Diocesana ao Santuário de Nossa Senhora Aparecida. Temos, portanto, a partir de agora, um caminho único a seguir, enquanto família Diocesana: colocar em prática as motivações e as prioridades estabelecidas para os próximos anos, e assim ser uma Igreja sinodal, como pede o Papa Francisco, caminho único que faremos rumo ao Sínodo esperado para o ano de 2023.
Três eventos integrados num só objetivo – Temos, portanto, diante dos nossos olhos, três acontecimentos que dirigem o nosso pensamento para compreender do que se trata quando falamos em Igreja “Sinodal”. Sinodal parece ser uma palavra nova, estranha, mas é simples e muito antiga. Sínodo (é uma palavra grega) quer dizer caminho feito em conjunto. É o que a Igreja sempre foi, desde o início e sempre devia ser. Porém não é fácil percorrer os caminhos da vida, e da Igreja, em perfeita união. As discórdias, visões diferentes, escolhas erradas, fraquezas humanas e o mundo em que vivemos, com sua eterna competição, vanglória e pecado, fazem a Igreja se dividir, andar por caminhos diferentes, perder a unidade tão preciosa. Daí vem a necessidade de hoje de buscar a “sinodalidade”, escutar uns aos outros, escutar a voz de Deus, unir os caminhos. É essa a proposta do Sínodo que vai acontecer em outubro de 2023, que tem sua proposta resumida em três palavras: “Comunhão, Participação e Missão”. O Sínodo já está em andamento em todo o mundo e, cá entre nós, esses três eventos (o Plano de Ação Evangelizadora, o novo Conselho de Pastoral e a Romaria que fizemos) fazem parte desse objetivo.
Um plano para orientar as ações – A igreja é um grande corpo. Está presente em todas as realidades, desde a cidade mais planejada até a mais desordenada periferia. Com o passar do tempo estaria dividida em muitas igrejas separadas umas das outras, se não tivesse uma só cabeça, Jesus Cristo, e um só princípio de vida: o Espírito Santo. O que nos une é o Espírito e a Palavra do Evangelho. O plano de pastoral é uma interpretação do Evangelho para a nossa realidade diocesana e, por isso um excelente meio de construir uma igreja sinodal. O novo Plano de Ação Evangelizadora não é exatamente novo. Ele vem acompanhando as Diretrizes da Igreja e orientando a nossa ação pastoral para contemplar num só olhar a direção apontada pela Igreja no Brasil e a nossa realidade local, as características próprias da nossa diocese. O plano diocesano é o rosto da nossa diocese, porém com os traços da Igreja no Brasil, de quem somos filhos. Assim deve o 9º Plano ser estudado e conhecido pelas coordenações, pelas lideranças leigas, por toda a nossa gente, e então colocado em prática.
Os novos Conselhos de Pastoral e de Presbíteros – são instrumentos importantes para a renovação diocesana. Cada uma das nove Regiões Pastorais já escolheu o padre coordenador, mas o Conselho ainda está sendo construído. Faltam os leigos. Eles estarão compondo as executivas de cada Região e também dos Setores da Evangelização. Até aqui, tínhamos três setores para abranger a ação Evangelizadora. Pela nova proposta do colégio de Coordenadores vamos ampliar para sete setores: Ministérios Ordenados e Vida Religiosa, Ação Missionária, Iniciação à Vida Cristã, Vida Família e Jovens, Liturgia, Comunicação, Ação sócio-caritativa. Também os representantes dos Presbíteros, de cada Região estão sendo escolhidos. Cabe a esses Conselhos, em união com o bispo, padres e leigos, ouvir o corpo todo da Igreja, dar vida a cada um dos setores, edificar a Igreja em todos os seus aspectos, tendo como fundamento Jesus Cristo, sua Palavra e seu Espírito.
A romaria diocesana ao Santuário Nacional – foi um exemplo e um momento bonito de caminhada sinodal. Saindo de quase todas as paróquias, milhares de romeiros foram chegando à Casa da Mãe Aparecida. Eram milhares. Aos poucos foram preenchendo o grande espaço em frente à Tribuna, para a recitação do Rosário. Após dois anos em que não pudemos realizar a romaria, havia no coração de todos a alegria e o desejo de expressar todo o carinho pela Mãe de Deus e Nossa. Após o terço caminhamos até a Basílica, em cuja nave estavam outros milhares de peregrinos de todo o Brasil. E o Brasil inteiro viu, pela Rede Aparecida, a nossa alegria expressa nas bandeirinhas que se levantaram e acenaram em diversos momentos da Santa Missa. Alimentados pelo Cristo Eucarístico e pelo encontro com a Mãe Aparecida, voltamos com alegria para a nossa casa diocesana.
Um novo tempo se abre à nossa frente. Temos bons desafios à nossa frente, e uma sede muito grande por parte das pessoas e das comunidades, na volta às celebrações presenciais e atividades pastorais. Precisamos de tempo e atenção para ouvir uns aos outros, superar desencontros, ouvir a voz do Espírito, para então caminharmos unidos, numa só direção, como igreja sinodal. Maria continua conosco. Posso imaginar a beleza e o capricho das celebrações de final de maio, com a coroação de Nossa Senhora. Quero convidar a todos para entrar no mês de junho com o nosso padroeiro, Santo Antônio, colocando-o em destaque em todas as nossas comunidades. Algumas paróquias já fazem a trezena de Santo Antônio. É também este um testemunho sinodal, de uma igreja unida, em comunhão e missão.
Dom João Bosco, ofm
Bispo Diocesano de Osasco – SP