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Voz do Pastor: Mês das Missões – não podemos calar!

O mês de outubro começou em nossa Diocese um dia antes: dia 30 de setembro, com o encerramento do mês da Bíblia, celebramos, na Catedral Santo Antônio a abertura do mês missionário. Além de ser outubro, tradicionalmente, o mês das missões no Brasil, o Papa Francisco estendeu essa prática para o mundo inteiro. Depois de dois anos de triste isolamento, a Igreja toda precisa de um bom choque missionário para sair desse trauma causado pela pandemia. Perdemos tanta gente querida, na família, na comunidade, muitos perderam emprego, desorganizaram a vida a familiar. O computador substituiu as missas presenciais, o ambiente de trabalho, a catequese. 

Muita gente firme da Igreja aproveitou as missas pela rede social para se acomodar em casa e não aparecer mais. O choque missionário do mês de outubro vem, em boa hora, acordar as mentes e corações. As pastorais começam a retornar, as carreatas e procissões virão em seguida. Aprendemos a nos cuidar. Podemos estar juntos e nos ajudar nos cuidados e atenções.

Um exemplo bonito é o da Pastoral da Pessoa Idosa: durante o período mais fechado da pandemia, um grupo, muito animado, se dedicou a estudar os manuais dessa pastoral. Não podiam ainda sair pelas casas, procurar os idosos que precisavam de ajuda, mas aproveitaram o tempo para fazer contatos, se organizar, se preparar. Na missa do dia 30 de setembro a Pastoral da Pessoa Idosa apresentou o grupo para a diocese. A nova coordenação teve o seu “envio” pelas mãos do Bispo. Já começaram a atuar em diversas paróquias, e vai crescer, se Deus quiser essa pastoral tão necessária e generosa.

Outubro tem também outra frente missionária, começa com a Semana Nacional da Vida, de 1 a 7, e no dia 8 o Dia do Nascituro. A Vida é um campo aberto que exige saída urgente em missão, tantas são as variáveis da morte, tantas são as seduções dos vícios. A pandemia deixou sequelas profundas, dificuldades de relacionamento, surtos diversos. Sair em defesa da vida é uma urgência. E defender a vida nascente, neste mundo onde reina a morte, é quase missão impossível, pois as Igrejas cristãs sérias são as únicas vozes a resistir e defender a dignidade da pessoa do nascituro. 

Outubro ainda vem carregado de bençãos de Maria, a Mãe do Rosário, mês de nossa Rainha e  Padroeira, Aparecida, Mês do Missionário da Paz e da Caridade, nosso primeiro santo brasileiro, O Santo Frei Galvão. É mês em que celebramos a criança, o professor, o médico. Em outubro, dia 10, o Papa Francisco dá início à caminhada do Sínodo que quer redesenhar a face sinodal e missionária da Igreja. E no dia 17 estaremos abrindo o caminho sinodal em nossa Catedral Diocesana, como em todas as dioceses do Mundo. Ao mesmo tempo, a Igreja Latino-americana se movimenta para realizar, ainda este ano, uma Assembleia Eclesial Continental, redefinindo as inspirações brotadas da 5ª Conferência do CELAM em Aparecida. 

 

São motivações vigorosas, com tantos testemunhos do amor de Deus, que nos vemos na mesmas condições dos Apóstolos Pedro e João, quando aprisionados e ameaçados pelas autoridades do Templo a não mais falar no nome de Jesus. Eles não se intimidaram e responderam assim: “Não podemos calar sobre o que vimos e ouvimos” (At 4,20)! O fato narrado no livro dos Atos dos Apóstolos, capítulo 4, motivou a escolha do lema deste mês, e o tema: “Jesus Cristo é Missão”. 

Hoje temos o convite de sair em missão e nos encontramos em situação semelhante. Quem nos aprisiona? O medo, a irresponsabilidade, a acomodação. Temos outros motivos de aprisionamento: as divisões internas na Igreja, os escândalos, a insegurança, o cansaço, tantas coisas que podemos vencer com Cristo, que caminha com a Igreja Missionária. Confiemos a Maria, Estrela da Evangelização, que nunca faltou com seu auxílio, para uma retomada sólida, corajosa, e perseverante, porque, como afirmam os apóstolos aprisionados: “Devemos obedecer mais a Deus que aos homens”. 

Dom João Bosco, ofm

Bispo de Osasco, SP

 

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