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Novíssimos III: Juízo particular

 “No entardecer de nossa vida, seremos julgados sobre o amor.” (São João da Cruz)

O discípulo de Jesus enxerga a morte como um caminhar ao encontro de seu Divino Mestre e a porta de entrada para a Vida Eterna. “Cheios de confiança, preferimos deixar a habitação deste corpo, para irmos habitar junto do Senhor” (2Cor 5,8). A morte, separação entre a alma e o corpo, conclui na vida do ser humano o tempo de acolhimento ou recusa da graça de Deus. Trata-se da última oportunidade para a retomada da opção por Jesus Cristo: “Tenho o desejo de partir e estar com Cristo, porque isso é muito melhor” (Fl 1,23).

O Novo Testamento aborda o juízo na visão do encontro final com Cristo na sua segunda vinda: “E visto que os seres humanos morrem uma só vez e depois disso vem o julgamento” (Hb 9,27). Também fala da retribuição logo após a morte, de acordo com as obras e a fé: “Aconteceu que o pobre morreu e foi levado pelos anjos para junto de Abraão” (Lc 16,22); “Eu lhe garanto: “Hoje você estará comigo no paraíso” (Lc 23,43). A partir da morte, num Juízo particular, cada um coloca sua vida em relação à vida de Cristo, pode ser através de uma purificação ou da entrada imediata no céu ou para a condenação eterna.

 

Foto: Pixabay.com

O Juízo é um ato de justiça e de misericórdia, são dois grandes atributos de Deus que caminham lado a lado. Jesus, nas suas pregações, várias vezes evidencia o “dia do julgamento”: “Eu lhes digo: no dia do julgamento, as pessoas prestarão contas de toda palavra falsa que tiverem dito” (Mt 12,36). É um ato entre a morte e a Ressurreição: “Antes de reinarmos com Cristo glorioso, todos nós iremos comparecer diante do tribunal de Cristo, para que cada um receba o que tiver feito, por meio de seu corpo, o bem ou o mal” (LG 48,4). Seremos julgados por Deus através de nossa própria consciência. 

No tribunal da consciência individual, já somos julgados por Cristo e sua pregação, pelos ensinamentos da Igreja e no cuidado com os mais frágeis: “Quem acredita nele, não é julgado; quem não acredita, já está julgado, porque não acreditou no nome do Filho único de Deus. E este é o julgamento: A luz veio ao mundo, mas as pessoas preferiram as trevas em lugar da luz, porque suas ações eram más” (Jo 3,18-19). 

“E por isso também nos esforçamos para ser agradáveis a Ele, quer fiquemos em nossa morada, quer a deixemos. Pois todos nós teremos de comparecer diante do tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito com o corpo” (2Cor 5,9-10). O Juízo final nos faz refletir sobre a necessidade do temor de Deus e da necessidade da busca de conversão, pois somos responsáveis pelos nossos atos. O juízo futuro inspira o comportamento presente: “O fato de minha consciência não me acusar de nada, não significa que eu esteja justificado. Quem me julga é o Senhor” (1Cor 4,4).

 

Pe. Luiz Rogério Gemi
Curso Teológico Pastoral D. Francisco Manoel Vieira
Paróquia Nossa Senhora das Graças – Carapicuíba

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